A Apicultura, é o cuidado e a criação de abelhas
para obter delas diversos produtos.
A pessoa que se
encarrega de cultivar os produtos proporcionados pelas abelhas chama-se
apicultor.
As colméias artificiais que o homem
fornece às abelhas são muito variadas e têm evoluído com o tempo. As mais
rústicas eram simples troncos ocos ou cestos de vime ; hoje em dia,
utilizam-se diferentes tipos de caixas, que são muito mais práticas e
fáceis de manejar.
O apicultor sabe
qual é o melhor momento para colher o mel e que quantidade pode extrair
sem prejudicar as abelhas.
Tira unicamente os
favos que contêm mel maduro e os coloca em uma máquina centrífuga, que
extrairá o mel sem quebrar os favos, que podem ser utilizados novamente.
Antes de
engarrafá-los, filtra-o para que fique livre dos restos de cera.
As formas de explorar apicultura,
podem ser classificadas em vários estágios de conformidade com a sua
característica econômica.
Apicultura econômica como hobby
Correspondente a um
apiario com duas à dez colméias no fundo do quintal, fazenda ou chácara
para ocupação feliz de um fim de semana, como prêmio final alguns quilos
de delicioso mel.
Esta apicultura na
maioria é praticada pelo pessoal residente em cidades e que encontram na
propriedade rural a recuperação da estava física e mental do trabalho em
escritório. Além do mel, é um excelente esporte que todos devem praticar,
desde que, possuem condições para manter as abelhas sem perturbar os
vizinhos.
Apicultura como exploração secundária
Esta modalidade de
exploração é a mais praticada no Brasil, próprio para colonos de pequenas
propriedades e ligados a exploração agropecuária como prioridade.
Em geral possuem
média até 80 colméias para auferirem lucros extras.
Nem sempre são os
mais evoluídos, pois se preocupam mais com as atividades básica
(agropecuária) do que as colméias.
Apicultura como exploração
profissional ou sobrevivência
É a exploração de
250 a 500 colméias aproximadamente distribuídas em diversos apiários que
garantem a uma família viver do fruto das abelhas, embora ainda possam ter
uma pequena criação e plantar um pouco, mais neste caso, em condições
secundárias.
São apicultores
profissionais que se preocupam com a atualização tecnológica, porque sua
renda depende das abelhas.
È uma exploração
econômica e rentável porque é praticada pelos membros da família sem
necessidade de adquirir pessoal extra.
Apicultura como atividade
industrial
A apicultura
industrial vem se firmando no Brasil com grande número de apicultores
isolados ou organizados em empresas, dedicando-se a apicultura em maior
escala.
É acentuada a implantação de organizações apícolas com 500 a 5.000
colméias, operando em forma industrial gerenciado por técnicos em
apicultura. Esta apicultura tem necessidade urgente de equipamentos e
materiais mais produtivos, para diminuir o custo da mão de obra que começa
a comprometer a sobrevivência desta modalidade de exploração.
As abelhas existem há mais de
20 milhões de anos. Antes, portanto, do surgimento do homem. E a
apicultura, a técnica de explorar racionalmente os produtos das
abelhas, remonta ao ano 2400 A.C., pelo menos conforme
vários historiadores, no antigo Egito. De toda a forma, o mel
já era
conhecido e apresentado pelos sumérios 5000 anos antes de Cristo.
E os egípcios e gregos desenvolveram as rudimentares técnicas de
manejo que só foram aperfeiçoadas no final do século XVII por
apicultores como Lorenzo Langstroth, que desenvolveu as bases da
apicultura moderna.
Hoje as abelhas deixaram de ser
vistas como insetos perigosos e agressivos. O homem através de
estudos passou a compreender o seu mundo e aprendeu a conviver com
elas respeitando as suas características e particularidades.
Esses estudos demonstraram que
criar abelhas de uma maneira racional requer muitos cuidados com
instalações, alimentação, utensílios e principalmente muito carinho
no manejo, não importando se você irá ter 5 ou 100 colméias.
É quase um desafio não se deixar
envolver pela vida das abelhas. Saber que uma rainha vive até os 5
anos porque é alimentada com geléia real enquanto uma operária vive
apenas 42 dias, pois não recebe o mesmo tratamento, é no mínimo
interessante.
Segundo uma crença popular, as
abelhas não pertencem ao reino animal, mas ao reino das Fadas.
Cada colméia seria, então, o corpo de uma determinada fada,
sendo que a abelha-rainha encarnaria o coração do conjunto
inteiro, sede da alma, isto é, da fada. A inteligência da
colméia dependeria então de um universo paralelo e não das próprias
abelhas (salvo pelo lado mecânico).
A lenda hindo-himalaia
sustenta que a abelha não é originária do nosso planeta, mas de outro
ponto do cosmos! Não se trata aqui do inseto, mas da fada –
como está indicado no Kalevala finlandês. O gato e o cavalo
também seriam cósmicos em essência. O Egito classificou a Abelha
de “fada real”.
As
abelhas são insetos sociais que vivem em colônias. Elas são conhecidas
há mais de 40.000 anos e as que mais se prestam para a polinização,
ajudando enormemente a agricultura, produção de mel, geléia real, cera,
própolis e pólen, são as abelhas pertencentes ao gênero Apis.
Inseto
laborioso, disciplinado, a abelha convive num sistema de extraordinária
organização: em cada colméia existem cerca de 80.000 abelhas e cada
colônia é constituída por uma única rainha, dezenas de zangões e milhares de operárias
A
rainha é personagem central e mais importante da colméia. Afinal, é dela
que depende a harmonia dos trabalhos da colméia, bem como a reprodução
da espécie.
A
rainha é quase duas vezes maior do que as operárias e sua única
função do ponto de vista biológico, é a postura de ovos, já ela é a única
abelha feminina com capacidade de reprodução
A
rainha consegue manter este estado de harmonia segregando uma substancia
especial, denominada ferormônio, a partir de suas glândulas
mandibulares, que é distribuída a todas as abelhas da colméia. Esta
substância, além de informar a colônia da presença e atividade da rainha
na colméia, impede o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos das
operárias, impossibilitando-as, assim de se reproduzirem. É por esta
razão que uma colônia tem sempre uma única rainha. Caso apareça outra
rainha na colméia ambas lutarão até que uma delas morra.
A
rainha nasce de um ovo fecundado, e é criada numa célula especial,
diferente dos alvéolos hexagonais que formam os favos. Ela é criada
numa cápsula denominada realeira, na qual é alimentada pelas operárias
com a geléia real, produto riquíssimo em proteínas, vitaminas e hormônios
sexuais. A geléia real é o único e exclusivo alimento da abelha rainha,
durante toda sua vida.
A
abelha rainha leva de 15 a 16 dias para nascer e, a partir de então, é acompanhada
por um verdadeiro séqüito de operárias, encarregadas de garantir sua
alimentação e seu bem-estar. Após o quinto dia de vida, a rainha começa
a fazer vôos de reconhecimento em torno da colméia. E a partir do nono
dia, ela já esta preparada para realizar o seu vôo nupcial, quando,
então, será fecundada pelos zangões. A rainha escolhe dias quentes
e ensolarados, sem ventos fortes, para realizar vôo nupcial.
Para
atrair os zangões de todas as colméias próximas, a rainha libera em
pleno vôo, um ferormônio sexual que é captado pelos machos a quilômetros
de distância, e como voa em alta velocidade e grandes altitudes, a
maioria dos zangões não consegue acompanha-la. Assim, ela faz uma seleção
natural, pois somente os machos mais fortes e rápidos conseguem segui-la.
Quando
finalmente os zangões conseguem alcança-la, há o momento da cópula
nupcial, onde a rainha prende o testículo do zangão, que morre gloriosamente
após fecunda-la... E aí esta o grande segredo da rainha, pois ela recebe
milhões de espermatozóides do zangão que ficarão em um reservatório
de sêmen de seu organismo, chamado espermateca. Nesta fase a rainha
fica na condição de hermafrodita (fêmea e macho ao mesmo tempo) fecundada
para o resto de sua vida. Ela poderá, excepcionalmente, nesta época
de fecundação, realizar outros vôos nupciais, caso a sua espermateca
não esteja completamente lotada.
O
Vôo nupcial que a rainha faz é o único em sua vida. Ela jamais sairá novamente
da colméia, a não ser para acompanhar uma enxameação, isto é, parte
de um enxame que abandona uma colméia, para formar uma nova colônia.
Ao
retornar à colméia, a rainha passa a ser tratada com atenção especial
por parte das operárias, que a alimentam com geléia real, limpam seus
excrementos, cuidam de sua higiene. Assim, ela sua única preocupação
e a postura de ovos, para nascerem mais abelhas. Em condições favoráveis
de clima e alimento (Florada), uma rainha pode botar cerca
de três mil ovos por dia.
Caso
a rainha morra ou seja removida da colméia, toda a colônia imediatamente
perceberá sua ausência, justamente pela interrupção da produção do
ferormônio que induz as abelhas ao trabalho e que informa da presença
da rainha na colm éia.
Se
a rainha tem como única obrigação à postura de ovos, a única função
dos zangões é a fecundação das rainhas virgens. O zangão é o único
macho da colméia, não possui ferrão e, nasce dos ovos fecundados depositados
pela rainha num alvéolo maior que os das abelhas operárias.
Por
não possuir órgãos de trabalho, o zangão não faz outra coisa a não
ser voar à procura de uma rainha virgem para fecunda-la.
Os
zangões nascem 24 dias após a postura do ovo e atingem a maturidade
sexual azo 12 dias de vida. Vivem de 80 a 90 dias e dependem única
e exclusivamente das abelhas operárias para sobreviver: são alimentados
por elas, e por elas são expulsos da colméia nos períodos de falta
de alimento – normalmente no outono e no inverno – morrendo de fome
ou frio.
Quase
duas vezes maiores do que as operárias, a presença de zangões numa
colméia é sinal de que há alimento em abundância, ou se muito MEL.
Apesar
de não possuir órgãos de ataque, defesa ou de trabalho, o zangão é dotado
de aparelhos sensitivos excepcionais: podem identificar, pelo olfato
ou pela visão, rainhas virgens a dez quilômetros de distância.
Os
zangões costumam agrupar-se em determinados locais próximos às colméias,
onde ficam à espera de rainha virgens. Quando descobrem a “princesa”,
partem todos em perseguição à rainha, para copular em pleno vôo, o
que acontece sempre acima dos 11 metros de altura. No vôo nupcial,
uma média de oito a dez zangões conseguem realizar a cópula, ou seja
os mais fortes e Vigorosos. Eles pagam um preço muito alto
pela proeza: após a cópula, seu órgão genital é rompido, ficando preso à câmara
do ferr ão da rainha. Logo após, o zangão morre.
A abelha operária é uma verdadeira
“carregadora de piano”. Afinal ela é responsável por todo trabalho
realizado no interior da colméia, exceção feita à postura de ovos,
atividade exclusiva da rainha. As abelhas operárias encarregam-se da
higiene da colméia, garantem o alimento e a água de que a colônia
necessita, coletando pólen e néctar, produzem a cera com a qual
constroem os favos, alimentam a rainha, os zangões e as larvas por
nascer e cuidam da defesa da família. Além destas atividades, as
operárias ainda mantêm uma temperatura estável, entre 33º e 36ºC, no
interior da colméia, produzem e estocam o MEL que assegura a
alimentação da colônia, aquecem as larvas (crias) com o próprio corpo
em dias frios e elaboram a PRÓPOLIS, substância processada a
partir de resinas vegetais, utilizadas para desinfetar favos, paredes
, vedar frestas e fixar peças, na colméia.
As abelhas operárias nascem 21
dias após a postura do ovo e podem viver até seis meses, em situações
excepcionais de pouca atividade. O seu ciclo de vida normal não
ultrapassa os 60 dias.
Mas apesar de curta, a vida das
operárias é das mais intensas. E esta atividade já começa momentos
após seu nascimento, quando ela executa o trabalho de faxina,
limpando, alvéolos, assoalho e paredes da colméia. Daí a denominação
de faxineira. A partir do quarto dia de vida, a operária começa
a trabalhar na “cozinha” da colméia com o desenvolvimento de suas
glândulas hipofaríngeas, ela passa a alimentar as larvas da colméia e
sua RAINHA. Chamadas neste período de sua vida, que vai do 4º
ao 14º dia, de nutrizes, essas abelhas ingerem pólen, mel e
água, misturando estes ingredientes em seu estômago. Em seguida, esta
mistura que passou por uma série de transformações químicas, é
regurgitada nos alvéolos em que existam larvas. Esta mistura servirá
de alimento às abelhas por nascer.E, com o desenvolvimento das
glândulas hipofaríngeas, produtoras de geléia real, as
operárias passam a alimentar também a RAINHA, que se alimenta
exclusivamente desta substância.
De nutrizes, as operárias
são promovidas a engenheiras, a partir do desenvolvimento de
suas glândulas cerígenas, o que acontece por volta do seu nono dia de
vida. Com a cera produzida por estas glândulas, as abelhas engenheiras
constroem os favos e paredes da colméia e operculam, isto é, fecham as
células que contêm MEL maduro ou larvas. Além deste trabalho,
estas abelhas passam a produzir Mel, transformando o néctar das
flores que é trazido por suas companheiras. Até esta fase, as
operárias não voam, e ficam somente na colméia.
A partir do 21º dia de vida, as
operárias passam por nova transformação: elas abandonam os trabalhos
internos na colméia e se dedicam à coleta de água, néctar, pólen e
própolis, e à defesa da colônia. Nesta fase, que é a última de sua
existência, as operárias são conhecidas como campeiras.
O mel
é uma mistura não muito complexa. Porém, para chegar até o ponto certo
para o consumo ( da colméia, claro!) as abelhas dão “duro”.
Um dia na vida dessas eternas
operárias não é fácil. As flores têm o
papel de atraí-las com o néctar, pois
assim, fazem com que as abelhas e muitos outros animais e insetos
espalhem o pólen e as fecundem.
A comunicação das abelhas é com
movimentos entre elas. Ou seja , quando encontram o néctar nas flores,
elas voltam à colméia e dançam na entrada
da mesma para guiar as outras abelhas, informando a direção e a
quantidade de flores a serem trabalhadas.
Nada egoísta, as abelhinhas sugam,
sugam e sugam quantidades grandes de néctar
(3 partes do seu peso) e saem voando de volta à colméia. Elas carregam
o néctar numa bolsinha e chegando na porta de casa, abelhas mais novas
as esperam para recolher o material colhido. Depois, levam para os
quartos da casa, colocam nas paredes internas, os favos, que já estão
prontinhos para guardar a substância.
Nesse troca-troca, muitas outras
substâncias da própria abelha são
adicionadas ao néctar, e, lentamente, a água vai sendo liberada.
Quando o mel está dentro dos favos, ele continua perdendo água, pois
as operárias batem as asas, criando um
sistema de ventilação especial. Assim que chega no ponto, o favo é
fechado e o suprimento guardando para as épocas de falta de alimento
ou para uma refeição limitada.
Estas sobras de Mel guardadas é que o apicultor retira
das colméias para nosso uso.
COMPOSIÇÃO, PROPRIEDADES
FÍSICO-QUÍMICAS E ANTIBIÓTICAS
O veneno de abelhas é um líquido
transparente, com um odor de mel acentuado e sabor amargo, acre; a sua
densidade é de 1,1313. Uma gota colocada sobre papel de tornassol azul
torna-o imediatamente vermelho indicando assim uma reação ácida. A
análise química mostrou que o veneno de abelha continha ácido fórmico, ácido clorídrico, ácido
ortofosfórico, histamina, colina,
triptófano, enxofre, etc. Supõe-se que deve as suas
propriedades médicas essencialmente ao fosfato de magnésio Mg3 (PO)4)²
cuja taxa representa 0,4% do peso do veneno seco. Nas suas cinzas
notaram-se indícios de cobre e de cálcio. É, além disso, muito rico em
substâncias azotadas, em gorduras voláteis, que desaparecem no decurso
da sua dessecação, e contém muitas diástases: fosfolipase,
hialuronidase, etc.
Segundo certos autores, é precisamente a
presença destas gorduras voláteis que seria a causa da sensação de dor
aguda provocada no local da picada.
A sua composição química ainda não foi
estudada completamente e não se conseguiu igualmente fazer a sua
síntese.
Segundo o professor
G. F. Gause, o veneno de abelha seria a mais ativa substância
antibiótica conhecida. “À terceira categoria de substâncias
antibióticas escreve ele, pertencem os compostos à base de azoto e de
enxofre, isto é, em primeiro lugar, os venenos de abelhas e de
serpente... Uma substância bactericida, a gliotoxina, segregada pelos
bolores do gênero Pliocladium, tem uma composição química análoga.
1/100 000 de mg em 1 ml de caldo de cultura entrava o
desenvolvimento de certos micróbios gram-positivos. A gliotoxina, os
venenos de abelha e de serpente fazem parte das substâncias
antibióticas conhecidas mais ativas.”
Os biologistas soviéticos P. Komarov e A. Ernstein, A. Balandin, I. Koop
e outros mostraram que uma solução aquosa do veneno de abelha, mesmo
de 1:50 000 era rigorosamente estéril, enquanto oi as soluções de
1:500 000 e 1: 600 000 estimulavam o desenvolvimento de paramécias
(organismos unicelulares). I. Koop nota
muito justamente que o veneno de abelha deveria ser estudado no mesmo
plano do que os antibióticos de origem criptogâmica ou bacteriana.
MODOS DE EMPREGO DO VENENO
DE ABELHA
No decurso destes últimos anos, o
tratamento por APITERAPIA
desenvolveu-se muito na União Soviética e
noutros países.
Na Checoslováquia
utiliza-se a “virapina”, na Alemanha, a “apizartron”.
Contudo, segundo as investigações clínicas efetuadas na Romênia (Alexandre Parteniu), na China (Fan Tché-You),
na U.R.S.S. (Ioirich e outros) e nos Estados Unidos (Beck Broadman, etc.), é
ainda por veneno introduzido pelo Ferrão-seringa da abelha sob forma
de picada subcutânea o que daria melhores resultados.
TRATAMENTO POR PICADAS NATURAIS DE ABELHAS
Com a ajuda de
pinças especiais aproxima-se a abelha da região a picar, a qual deve
ser previamente limpa com água tépida e com sabão (não se aconselha
álcool). Não se deve fazer uma nova picada no mesmo local senão ao fim
de cinco dias. Após quatro dias da tumefação, sensação de dor e outras
reações terem passado e o doente suportado bem o tratamento, a
apiterapia poderá continuar. As regiões a picar são aquelas onde se
dão habitualmente as injeções subcutâneas ( partes externas das
espáduas e as ancas). O reservatório de veneno esvazia-se muito
lentamente sob a ação dos gânglios contráteis. São necessárias várias
horas. O veneno é rapidamente absorvido pelos tecidos envolventes e
passa para o sangue. Por conseqüência, não se deverá extrair o ferrão
senão quando todo o veneno tiver saído do reservatório. O fim dos
movimentos de contração é aliás visível a olho nu.
MODO
DE EMPREGO DO VENENO DE ABELHA
No primeiro dia, o doente
será picado por uma única abelha, no dia seguinte por duas, no
terceiro por três e assim sucessivamente até ao décimo dia. Após esta
primeira parte do tratamento. Tendo o doente recebido
55 picadas, será indispensável conceder-lhe um repouso de 3 a 4
dias, retornando-se o tratamento aplicando três abelhas por dia. No
decurso desta segunda parte do tratamento ( duração de 45 dias ) o
doente deve ter recebido o veneno de cerca de 140 a 150 abelhas ou
seja, um total, para todo o período ( nas duas séries ), de 180 a 200 picadas. Se, após este tempo,
nenhuma cura nem melhoras se obtiverem o tratamento deverá ser
prolongado.
Há cerca de uns 20 anos propusemos e
publicamos um método de APITERAPIA
extremamente inofensivo para o doente e muito prático para ser
utilizado tanto nos hospitais, clínicas, sanatórios, como em casa.
Este método consiste em não repetir, quer as picadas de abelhas, quer
a injeção de APITOXINA, senão de 5
em 5 dias. Com efeito, nos casos em que o veneno tenha provocado um
edema, ou um ligeiro ponto doloroso, tudo isto terá desaparecido
completamente ao fim do quarto dia e o doente surtir-se-á
perfeitamente bem para se poder recomeçar o tratamento.
A experiência mostrou que era possível
reduzir para metade a duração do tratamento, conservando o mesmo
número de picadas, isto é, cerca de 200.
No primeiro dia o doente receberá 2 picadas
de abelhas, no segundo 4 picadas, no terceiro 6 picadas, no quarto 8
picadas. Depois do quinto ao vigésimo-quarto dia será picado
diariamente por 9 abelhas. Se o doente suportar mal estas doses
elevadas de veneno, então se reduz para 5 picadas por dia. Por
conseqüência, em 24 dias o doente terá recebido um total de 125
picadas, e o restante ( 75 picadas ) poderá ser-lhe administrado após
uma curta pausa.
Notemos que, regra geral, nas pessoas em
que a APITERAPIA não está
contra-indicada, a picada de abelha não ocasionam nem inchaço nem dor,
e que podem suportar sem qualquer perigo 20 a 30 picadas simultâneas e
por vezes até mais. Pelo contrário, após cura ou nítida melhoria
seguida a um tratamento com veneno, acontece que uma mesma pessoa se
torne muito sensível ao veneno e, depois de ter sido picada
acidentalmente por uma ou duas abelhas, reaja do modo habitual
(aparição local de edemas, de inflamação, de dor, etc.).
APITOXINA EM
INJEÇÕES INTRADÉRMICAS
Este processo é muito mais
prático do que as picadas naturais pelas abelhas, porque permite a
injeção de doses variadas de APITOXINA segundo o estado e a reação do doente. Por outro lado, pode-se
sempre ter de reserva uma preparação de apitoxina em qualquer estabelecimento médico (Hospital,
Clínica, Dispensário). A injeção intradérmica (entre a epiderme e a
derme) de solução de apitoxina provou ser o método mais simples e mais
eficaz. Com efeito, um quinto do nosso sangue encontra-se localizado
na pele, de modo que uma vez o veneno inoculado na pele, espalhar-se-á
imediatamente pela via sanguínea através de todo o organismo. Por
injeções hipodérmicas introduz-se uma quantidade mais importante de
apitoxina (até 1 ml); ao contrário, os efeitos curativos
são mais limitados do que com a injeção intradérmicas. A injeção
intradérmica efetuada com a ajuda de uma agulha especial munida de uma
anilha permite doses de 0,1; 0,2 ou 0,3 ml.
IONOFORESE OU ELETROFORESE
DA APITOXINA
A ionoterapia é largamente utilizada no
tratamento das doenças internas e nervosas, em cirurgia, em
ginecologia, etc. Este processo fundado sobre a dissociação
eletrolítica constitui o melhor meio de introduzir um medicamento
através da pele. As observações mostraram que a aplicação da
APITOXINA por ionoforese apresentava
um certo número de vantagens sobre as picadas de abelha.Com efeito, a
introdução da APITOXINA por
ionoforese não determina nenhuma dor, a não ser uma ligeira hipermia
(avermelhamento) da zona da pele submetida a ionoforese. Este
tratamento é efetuado geralmente nos serviços fisioterápicos dos
hospitais e das policlínicas.
No XX Congresso Internacional Jubilar dos
Apicultores realizado em Bucareste em
1965, os doutores Vl. Mladénov e V. Kazandjíeva fizeram uma comunicação a
respeito à aplicação da APITERAPIA
por ionoforese no Sanatório de balneoterapia de
Custendile (Bulgária). Para 32 dos 108 doentes atingidos por
afecções do sistema nervoso periférico, as dores agudas desapareceram,
os funcionamentos do sistema nervosos tornou-se normal, e os doentes
ficaram curados completamente; 64 deixaram o hospital com nítidas
melhoras do seu estado de saúde e durante um a dois anos não se
assinalou nenhum caso de recaída nos doentes. Para 12 doentes não se
verificou nenhuma melhora e só num único se verificou idiossincrasia
ao veneno de abelha. Este método de tratamento deu igualmente bons
resultados no caso de artrites reumátismais e reumatóides, de artroses
deformantes e de doenças arteriais.
Por conseqüência, a prática de apiterapia
mostrou que o veneno de abelha bloqueia a condutibilidade dos
retransmissores dos centros nervosos, diminui ou suprime totalmente as
dores nevrálgicas e reumatismais, provoca a dilatação dos capilares
sanguíneos e aumenta assim a irrigação sanguínea dos tecidos. Foi
observado ale disso que a APITOXINA favorece a hematopoiese: em 70% dos casos o número das hematias
passou de 50 000 para 500 000, em 65% dos casos a taxa de hemoglobina
aumentou até 12%, diminuindo a taxa de colesterol no sangue. A solução
de apitoxina (destinada a ionoforese) prepara-se assim:
dissolver em 1 litro de água destilada de 0,04 a 0,05 de
veneno de abelha bruto. Colocar em seguida sobre o local doloroso do
corpo dois elétrodos munidos de pequenas almofadas hidrófilas de 150 a
250 cm² cada uma. As almofadas serão embebidas de água tépida e de
solução de APITOXINA e juntas em
seguida ao ânodo e ao cátodo, de modo que a apitoxina seja introduzida
no organismo ao mesmo tempo pelos dois pólos.
No 1º dia as
almofadas serão umedecidas cada uma com 2 ml da solução de apitoxina,
3 ml no 2º dia , de 4 ml no 3º dia, de 5 ml no
4º dia, de 6 ml no 5º dia, de 7
ml no 6º dia, de 8 ml nos dias seguintes
até o fim da cura. A intensidade da corrente deverá ser de 10 mA no 1º
dia, 12 mA no 2º dia, 14 mA no 3º dia, 16 mA no 4º
dia, 18 mA no 5º dia e 30 mA nos
dias seguintes. Quanto à duração de cada sessão ela será de : 10 min.
no 1º dia, 12 min. no 2º dia, 14 min. no
3º dia, 16 min. no 4º dia, 18 min.
no 5º dia e enfim 20 min. nos dias
seguintes. Sendo aplicado o tratamento diariamente, durante 15 a 20 dias, a quantidade total de
soluçã9o de apitoxina introduzida variará de 200 a 250 ml.
MODO
DE AÇÃO DO VENENO DE
ABELHA
Segundo as observações feitas ao longo dos
séculos e as investigações destes últimos anos, é possível afirmar
atualmente que o veneno de abelha tem uma ação seletiva sobre o
sistema nervoso. A rainha Cleópatra, que se tinha interessado
particularmente pela ação dos venenos, recolheu uma coleção das mais
diversas substâncias venenosas. Ela procurava descobrir as que
poderiam causar uma morte sem sofrimento e experimentava a sua ação
nos condenados à morte. A experiência mostrou que só o veneno de vespa (o de abelha não podia ser utilizado, pois que estes insetos eram considerados
sagrados) causava uma morte repentina e que causava menos
sofrimento. O condenado a quem se injetava este veneno perdia os
sentidos, a sua cara cobria-se de suores e rapidamente sobrevinha à
morte. Se, como experiência, se tentasse forçosamente tirar o
indivíduo envenenado do seu estado de coma, ele resistia como alguém
que tivesse sido mergulhado num profundo sono.
Em 1954, os
alemães W. Neumann e
K. Habermann publicaram uma obra em que indicam que uma
injeção de melitina (proteína extraída do veneno
de abelha) determina uma baixa de tensão sanguínea, a hemólise
(destruição dos glóbulos vermelhos), uma contração das fibras
musculares estriadas e lisas suprime os efeitos retransmissores
neuro-musculares e ganglionares. Por outro lado, segundo os mesmos
autores, a hialuronidase (diástase extraída igualmente do veneno de
abelha) aumenta a permeabilidade dos capilares sanguíneos. Ora, esta
permeabilidade dos vasos é capital: quando ela diminui, devido a
perturbações do funcionamento do sistema capital na seqüência de
envelhecimento ou estado mórbido do organismo, entre os órgãos e
tecidos.
IDIOSSINCRASIA (ALERGIA) AO
VENENO DE ABELHA
A imperceptível gotícula de veneno
introduzida no nosso corpo durante uma picada de abelha é um remédio
muito ativo. Pelo contrário, dezenas destas gotículas tornam-se já
tóxicas para o nosso organismo, enquanto que uma dose de várias
centenas é mortal.
A sensibilidade do organismo ao veneno de
abelha varia segundo os indivíduos: os mais sensíveis são as mulheres,
as crianças e as pessoas idosas. A experiência mostrou que 1 a 5 e
mesmo 10 picadas de abelhas são muito bem suportadas por um indivíduo
em bom estado de saúde e não provocam senão uma vermelhidão, ligeiro
inchaço, sensação de queimadura, etc.; 200 a 300 picadas simultâneas
determinam uma intoxicação de todo o organismo com perturbações
características principalmente do sistema cardiovascular e do sistema
nervoso (anelação, arroxeamento da pele, pulsação acelerada,
convulsões, paralisia); se o seu número atinge 500 ou mais, sobrevém a
morte, a maior parte das vezes causada por uma paralisia do centro
nervoso respiratório. Entretanto, existem indivíduos hipersensíveis:
uma única picada de abelha basta para provocar-lhes perturbações
graves: enxaqueca aguda, aparição de urticária, vômitos e diarréia.
O organismo da maior parte dos indivíduos
habitua-se bastante rapidamente às picadas de abelhas e reage a elas
muito francamente ao até nada. As observações têm mostrado que as
pessoas em contacto freqüentes com as abelhas
(apicultores) suportam sem perigo as suas picadas. Alguns
apicultores trabalhando há muito tempo com as abelhas suportam sem
nenhum sinal de intoxicação até 1000 picadas! Os dados provenientes
dum grande número de colméias repartidas através da U.R.S.S. indicam que 28,2% dos
apicultores ficam imunizados contra o veneno das abelhas depois do 1º ano de trabalho no colmeal; 34,6% no
decorrer do 2º ano; 10,5% no 3º ano e muito poucos (5,7%) não o ficam
jamais. Em 4,2% dos apicultores a imunidade é natural.
(extraido de "As Abelhas,
farmacêuticas com asas" por N. Ioirish, URSS 1981)
Aproveitando o bom tempo no bosque, a Abelha deixou sua colméia (colônia) e saiu vadiando pelo campo,
em busca de alimento. Sua busca nada tinha de egoísta: se encontrasse
fonte de néctar, imediatamente trataria de levar suas companheiras até
o alimento num verdadeiro trabalho de equipe.
Voa daqui, voa dali, até que descobriu um
recanto florido escondido no bosque. Volta rapidamente para a colméia
e começa a dançar, para atrair a atenção
das companheiras. Como se traçasse inúmeros “ 8
“ no espaço, descreve percursos retilíneos e curvos,
acompanhados de movimentos laterais do abdome. A
dança é precisa e calculada: a intensidade e a rapidez dos
movimentos indicam a direção e a distância da fonte de néctar; a
inclinação do corpo mostra o ângulo entre o sol a pino (na colméia)
e o campo florido.
Nada exausta, a dançarina distribui
amostras de néctar entre as campeiras, que por sua vez abandonam a
colméia e dirigem-se ao recanto das flores. Alcançam o lugar
indicado e logo descobrem que o néctar é
tanto, que mais e mais companheiras devem ser atraídas com novas
danças. E a festa continua até que um verdadeiro
enxame toma conta do campo, colhendo o néctar descoberto.
DO NÉCTAR AO MEL
O néctar, matéria-prima para a fabricação
do mel, é produzido pelas flores de
muitas plantas. Basicamente, é uma solução aquosa de três açúcares – Frutose, Glicose e Sacarose ( este é o
açúcar comum) – com um pouco de proteínas, sais,
ácidos e óleos essenciais. O conteúdo de açúcar do néctar varia
de 3 a 80%, dependendo, entre outros
fatores, da espécie da flor, solo e
condições atmosféricas, especialmente umidade.
O mel
produzido por uma colônia de abelhas
quase sempre é derivado de uma ou muito poucas espécies de flor. Mas
as abelhas fazem uma prévia seleção, pois não
“gostam” “do néctar que tenha menos de
15% de açucares; preferem o que
contenha alto teor desses glicídios”.
Quando as abelhas
do campo retornam à colônia, entregam o néctar ao grupo das “colmeeiras “. Estas passam a elaborar a
substância com seus apêndices bucais, depositando-a nas células já
preparadas para recebe-la. Para transformar o néctar em MEL, convertem a sacarose em moléculas de
açucares simples (Frutose e Glicose), por
meio de enzimas apropriadas produzidas por suas glândulas salivares.
A elaboração e também a movimentação do ar,
provocada pela agitação das asas. São necessárias para a transformação
em açucares simples e para evaporação do excesso de água, até o MEL atingir um conteúdo de açúcar em
torno de 80%.
NEM SÓ DE MEL VIVE A
ABELHAS
As abelhas são inteiramente
dependentes das flores como fonte para seu alimento, que consiste de
néctar --- depois modificado e estocado sob a forma de MEL --- e de Pólen.
Voando de flor para
flor, em busca do alimento, realizam involuntariamente a
polinização de muitas plantas. A polinização,
que determina o aparecimento de sementes e de frutos, consiste no
transporte do grão de pólen, contendo o
gameta masculino, de uma flor até o ovário de outra flor, que contenha
o gameta feminino. As abelhas sempre trazem consigo pequenas
quantidades de pólen, do qual perdem porções mínimas em suas
sucessivas visitas.
Visitando flores de
várias espécies, as abelhas provocam a polinização cruzada das
plantas. Diante disso, parece fora de dúvida que as abelhas e as
flores que elas polinizam evoluíram simultaneamente durante a história
da Terra. E também que seu valor prático como polinizadoras é bem
maior do que seu papel na fabricação de MEL
e de Cera.
OS ESTRATAGEMAS DE UM
ESTRANHO AMOR
De maneira geral, as
flores possuem certas características que funcionam para a
abelha como verdadeiro mapa da mina: indicações precisas do lugar por
onde entrar e como atingir o néctar.
A brancura das
pétalas e o amarelo são os tons que as
abelhas apreciam, juntamente com o
perfume. Mas só esses sinais são insuficientes. As abelhas se
impressionam, por exemplo, por cores sombreadas ou contrastadas e,
assim, as pétalas da azálea, do lírio e de outras
flores apresentam nódoas destinadas a atraí-las. O perfume, cada vez mais forte, conduz o
inseto até o fundo da corola.
Enfim, as flores servem-se de inúmeros estratagemas para que as abelhas fiquem cobertas de pólen e
possam, com isso, fertilizar outras flores. E sobre tudo paira uma
indagação: como um vegetal e um animal, conseguem harmonizar-se a
ponto de modificarem suas estruturas? Os cientistas observaram que os insetos e as flores sofreram, ao longo
de milênios, evolução paralela, mas ainda ignoram como tudo
começou....
01
Desde tempos imemoriais que o
homem se apropria do Mel
produzido pelas abelhas, quer em cortiços quer em colméias, para uso
na sua alimentação direta ou para lhe dar outro tipo de aplicações.
Desde os indígenas das Américas, até aos aborígines da Nova
Zelândia, passando pro populações primitivas de várias outras
regiões, o mel continua a ser considerado um alimento precioso, que
por vezes até se reveste de uma importância cultural, certamente
também devido à sua raridade. (O Apicultor).
02
Alimentai-vos de toda a classe
de frutos e segui, humildemente, pelas sendas traçadas por vosso
Senhor! Sai do seu abdome um líquido de variegadas cores que
constitui cura para os humanos.
Nisto há sinal para os que
refletem. (Alcorão 16:69).
03
No mel a natureza concentrou
para nós os seus dons mais preciosos. Esta imensa riqueza para o
nosso organismo é ainda muito pouco conhecida ou bastante mal
apreciada . (E. Tsander).
04
Os antigos manuscritos Russos são como uma verdadeira
enciclopédia da medicina popular através dos tempos. Diversas
passagens são consagradas às virtudes curativas excepcionais do
MEL, encontrando-se ai mencionadas dezenas de remédios em que
o mel figura em lugar destacado.
O mel é o suco do orvalho divino
que as abelhas vão buscar as flores perfumadas, e é por isso que há
nele o poder de curar muitos males, -- lemos num livro de medicina
do século XVII.
Os livros de medicina da época
atribuem ao Mel uma influência benéfica sobre as pessoas de todas as
idades.
05
As abelhas têm cinco olhos. São
três pequenos no topo da cabeça, que são usados para enxergar melhor
dentro da colméia, e dois maiores na frente para uso normal .
A velocidade das abelhas é de 17 Km por hora. O som produzido pelas abelhas
chama-se Azoinar
06 MEL.
Hipócrates na Grécia de 500 anos antes de Cristo, costuma prescrever
mel para acalmar a ansiedade dos noivos antes do casamento, o que
originou a expressão "Lua-de-Mel".
Com certeza sua eficácia se deve mesmo a joguinhos conjugais como os
demonstrados no filme "9 e 1/2 Semanas de Amor.